domingo, 29 de junho de 2008

Motivações e Política

O que leva as pessoas actualmente para a política? As ideologias? Alguns, talvez, mas parece que poucos. Parece haver um nítido desfasamento entre os políticos e os partidos a que muitos pertencem.
Isso terá algum significado especial? concluimos daqui que as ideologias (pelo menos as que levaram à fundação de partidos como o PSD, PS, PCP, CDS, ...) estão em declinio?
O gosto e a emoção de discutir política, de travar um bom combate continuam a exitir e a motivar jovens para a politica. Mas qual o sentido de entrarem para o partido X ou partido Z?
Questão de oportunidades? É possível que sim. «Não é bem a minha ideologia, mas sei que vou ter oportunidade de fazer bem algo que gosto e em que sou bom...»
Questão de clubite? É possível que sim. «A minha familia sempre foi "à bola" com este partido, a minha formação levou-me noutro rumo, mas talvez possa afirmar algumas ideias contra corrente ideoloógica».
Esta mistura do futebol com a política é uma mistura de sucesso. Dá visibilidade, algo importante para quem está no poder... a opinião pública!!!
E todas estas colaborações pouco sensatas contribuem para diluir as ideologias determinantes de cada partido.
O povo não sabe se o PS é um partido de esquerda ou de direita, se o PSD é um partido de direita ou de esquerda.
Deixaram as ideologias de fazer sentido? Não, a resposta será nunca... há sempre ideologia, é sempre necessária. Mas as pessoas estão confundidas, e os politicos gostam e geram esta confusão, propositadamente (para não haver contrasições pessoais).
O resultado é que o voto popular desliga-se, afasta-se (o que para alguns até será útil). As pessoas pouco esclarecidas (não fazem muito por isso - conhecer ideias, passado, programas, promessas, ...) são facilmente enganadas.
Está então a política e os políticos condenados à extinção? Também não, é preciso quem nos governe...
De tempos a tempos... lá aparece alguém...

sábado, 28 de junho de 2008

reino da água - rol play

Lá longe, uma terra que fica para lá dos montes, uma terra distante sim, um reino maravilhoso, não só pelas suas gentes, mas pela natureza, pela sua tranquilidade.
Por isso, terras muitos procuradas, por curiosos, que procuram descobrir as raízes de tradições, onde elas estão mais vivas e autênticas, quem sabe das suas próprias raízes!! (Ao longo dos tempos muitas pessoas daqui saíram para encontrar um futuro melhor, nas cidades do litoral ou até noutro país).

Aqui del rei!! Aqui del rei! O Clima está a mudar, façam alguma coisa!
E foi assim que políticos e cientistas se juntaram. E, alguns, mais ecologistas, fizeram um documento, e porque foi aceite por muitos passou a ser um protocolo, um documento respeitado por quase todos. Como foi escrito numa cidade chamada Quioto, eis: o Protocolo de Quioto.
Diz lá que devemos poluir menos, investir nas energias renováveis, na energia eólica, na energia solar, na energia hídrica (da água). E os países têm metas a atingir.

Sabedores disso, os nossos governantes disseram: «temos muitos rios com a água a correr sem destino, sem aproveitamento nenhum. Água que apenas acaba no mar.
«Ora sim? O que é feito da água que corre no rio Tâmega?»
«Perde-se, vai para outros rios, não é? Que ganhamos nós com isso?», diz o Presidente da Câmara.
«Vamos aproveitá-la, construímos uma barragem, ainda vamos ganhar alguma coisa com isso.» diz para um popular.
Esse popular, respeitado agricultor da terra, faz logo planos: «co essa auga até bou comprar umas bacas, dão muito subsidio, faço da beiga um lameiro e em pouco tempo tenho a bida arremediada».
O Senhor Presidente da Câmara diz que vai marcar uma reunião com todos os interessados para decidir sobre o assunto. «Fica para daqui a quinze dias, já devo ter a papelada toda pronta.»
Quinze dias passaram.
Os intervenientes começam a chegar. São bem recebidos pela secretária do Senhor Presidente; muitos estão na expectativa, outros, vê-se bem, estão nervosos.
Quando já estão todos presentes são convidados a sentar-se.
«Ainda bem que puderam vir!» exclamou o Presidente da Câmara.
Para de seguida continuar… «temos o nosso querido Tâmega, que corre manso por estes vales, a sua água, doce, perde-se, e nós… vemo-la passar. Pensamos muito e decidimos que o melhor seria construir uma grande barragem. »
Ouve-se logo um zum zum. «É melhor para quem? quanto vais ganhar com isso?» diz logo alguém.
«Mau!! isto não é para mim. E quanto ao ganhar, ganhamos todos; água de qualidade para as nossas casas, água para regar os nossos campos agrícolas, electricidade, empregos, até praias, no interior … »
A discussão começa.
«Isso parece muito bonito, mas a tive a ver o projecto, e a minha casa não sabe nadar, vai ficar debaixo de água. E as minhas propriedades, vai ser tudo alagado, vou ficar sem nada. Eu não aceito isto.» diz todo preocupado um habitante local.
Estavam presentes representantes pessoas da organização ambientalista “Defensores do Ambiente” e quiseram logo saber: «foi feito o estudo de impacto ambiental? Quantas árvores vão ser derrubadas? E o melro? E a doninha? Vão ser prejudicados? Onde vão fazer os seus ninhos? Isto vai ser muito mau!! O ambiente vai daqui vai mudar, vai ser muito mais húmido, a biodiversidade está em risco.»
«Calma lá, minhas Senhoras e meus Senhores. Fizemos os estudos que eram precisos e vai ficar tudo bem.» diz o Presidente da Câmara.
«Então responda às perguntas que fiz» diz o ambientalista.
Toma palavra o Engenheiro Croft e Santyago e em nome de um grupo de cientistas e técnicos que fizeram os estudos diz: «é do nosso interesse que tudo seja bem feito, a barragem ser segura, defender o património, cultural, arqueológico, a biodiversidade e tudo o mais. Sabem que, aqui perto, em Macedo de Cavaleiros, fez-se a albufeira do Azibo, e …, a biodiversidade aumentou, tem agora mais aves e mais espécies.»
Entretanto, também a Empresa das Águas de Trás – os – Montes e Alto Douro, estava ali representada. «Nós com mais esta albufeira, garantimos que não mais haverá falhas no abastecimento de água à população. E não falamos só de água, mas de água de grande qualidade.»
Mais uma vez o Senhor lá da Terra, desconfiado, levanta a voz: «Vocês?? Vocês?! A água passa às nossas portas, é nossa. E agora querem vendê-la, vendê-la aos seus donos? Vocês só estão interessados em ganhar dinheiro. E mais, Trás – os – Montes com as barragens que já tem produz mais electricidade do que a que gasta… » e acrescentou em tom de desafio «e empregos? Quantos? Nas obras? E depois que a barragem estiver feita?»
Atalha logo um agricultor: «e quem quer ser agricultor? Os mais nobos têm todos estudos, a agricultura não dá nada, bão-se todos imbora.»
Diz o Engenheiro, «abre-se uma nova oportunidade, novas culturas, o regadio, depois, traz novas industrias…»
Interessado, apresenta-se o Director dos “Trás – os Montes Resort Hóteis e Turismo” «estou interessado, talvez abra um hotel, crie um clube de desportos náuticos, isto vai ser bom para o lazer e os tempos livres»
«Tou mesmo a ver, agora vai cair aqui todo o tipo de pelintras», diz o Senhor que vive lá na terra. Ao que acrescenta logo o conterrâneo “defensor do ambiente” «e lixo e mais lixo, quem sofre é a água, as trutas, as carpas e, coitadinhos, os outros peixinhos».
O Presidente da Câmara diz: «Eu só quero melhorar a qualidade de vida da população, dar-lhes oportunidades de emprego, ajudar no desenvolvimento do concelho, utilizar bem os recursos, não quero ver a população ir embora e não fazer nada.»
Então, põe o assunto a votação, acrescentando «é mesmo o melhor para a nossa terra acreditem!!!».

sábado, 7 de junho de 2008

Pont'apé

Deve o ícone monumental de Chaves, a sua ponte romana, ser uma área pedonal ?
A ponte foi sujeita a uma intervenção e agora que está quase a ser devolvida ao usufruto da população discute-se a natureza da sua funcionalidade. Deve ter trânsito ou ser pedonal?
Por mim, pedonal.
Tal opinião advém de que se adequa às necessidades actuais. Proteger o centro histórico da invasão automóvel, devolver estes espaços à população, com mais segurança, integrados em percursos pedonais e de bicicletas, com espaços verdes e de lazer, também numa lógica de preservação ambiental e fazer também um bom aproveitamento turistico.
Além do mais, está a ser levado a efeito a requalificação dos espaços marginais ao Tâmega, e a ponte, central como ficará, será decerto muito visitada, frequentada e utilizada (a pé). Soma-se a reabertura do Jardim Público...
Neste ponto em particular (do ordenamento), Chaves é uma cidade com espaço... isso é sinónimo de potencial, um potencial enorme a ser aproveitado (com organização, com estética, ...).
Compreende-se as eventuais reticências e receios, principalmente dos comerciantes instalados nos extremos da ponte, já de si tão desgastados pela concorrência das grandes superfícies... mas tais medos são infundados ... Chaves tem 2 outras pontes para a outra margem ... e chegar à Madelena ... a pé ou de carro, não são seguramente problemas...
A ponte a pé obviamente...