segunda-feira, 7 de março de 2011

Mega – agrupamentos de Escolas: Uma realidade que não funciona


Foi tida como uma boa solução para maximizar recursos e conter despesas, mas depressa se constatou que o rol de efeitos secundários era de tal forma elevado que cedo se concluiu que o doente (a escola e a educação), rapidamente enfermariam da cura.

Assim, o bom senso, mandou optar pela razão, dar a mão à palmatória e inverter o rumo, não criar mais mega – agrupamentos e dividir os grandes e super agrupamentos.

Também a escola em que trabalho foi englobada num mega – agrupamento. Em boa hora, a Associação de Pais e Encarregados de Educação interpôs uma providência cautelar, tendo-lhe assistido a razão em sede de tribunal e o mal foi desfeito. O casamento imposto acabou em divórcio; o curto espaço de tempo foi de pesadelo… o casamento não foi por amor, rápido, as promessas degeneraram, deram lugar a uma imposição quase despótica… diríamos que décadas de trabalho, de boas práticas e rotinas, de uma personalidade sã sucumbiram perante um despotismo divinamente esclarecido… agora casamos, eu como chefe da nova família constituída vou impor todas as regras, agora que estamos casados vou determinar, democraticamente, diga-se, como te podes vestir, com quem podes falar, o que podes fazer, …

Há divórcios que fazem sentido… ainda bem que este casamento durou pouco tempo… estava a ferir gravemente uma das partes… nitidamente não houve uma simbiose, não se criou uma relação em que ambas as partes tirassem proveito da união que se criou.

Não fomos feridos de morte, porque a providência interviu, foi uma providência cautelar, mas foi a nossa salvação.

Ainda não totalmente refeitos do pesadelo que foi tal casamento, sussurra-se que querem voltar a impor-nos o mesmo noivo!! Ficamos pasmados, como depois de uma curta experiência que correu extremamente mal… possam pretender impor novamente o mesmo destino! É o destino, há quem diga… e não se pode fugir a ele.

Alguém que nos salve da perdição certa.

E quem conhece a realidade (zona de Chaves) até se ri. Que parzinho improvável… Toda a gente vê e sabe… que o noivo que nos querem impor tem o seu par natural … mesmo na porta ao lado.

Estamos no século XXI, mas ainda há quem seja tão saudosista de tempos idos que queira recuperar tradições que estão bem no cesto das recordações para esquecer, como os casamentos impostos.

Acresce referir que uma das causas da queda do modelo dos mega agrupamentos, por exemplo em países do Norte da Europa ou mesmo nos EUA, é o problema da gestão da indisciplina e da violência em meio escolar, precisamente o tema definido para debate pelo Parlamento dos Jovens.

De que forma estruturas super centralizadas conseguem responder eficazmente a estes problemas? Vejam o que se passou nos EUA… estudem e analisem em Portugal os casos de sucesso em mega agrupamentos já consumados… não haverá em Portugal grandes casos de sucesso no que a isto diga respeito.

Para inventar e só piorar as coisas é de longe preferível deixar as coisas como estão.. porque neste caso estão melhor assim.

terça-feira, 1 de março de 2011

A Sorte e o Futuro que nos Espera

Já vinha chamando a atenção para o barril de pólvora que se sente na nossa gente, uma espécie de revolta latente, um sentimento que extravasa nas emoções da população portuguesa. É um descontentamento que alastra, que mina e que qualquer dia degenera em algo grave, alguém perde a cabeça... alguém que até há pouco tinha bom nível de vida, que tinha bem estar e qualidade de vida e de repente se viu, incompreensivelmente no pólo oposto. Alguém que sempre foi honesto, que sempre deu o seu melhor e o seu melhor exibiu competência a olhos vistos, alguém cuja competência foi posta em causa por outros valores insondáveis, inexplicáveis, ilógicos...
O individuo explode e quem é o rosto de todo o mal? Devemos perguntar-nos, quem é o rosto último de todo o mal? A quem pedirá a população contas de todo o mal que está a recair sobre a sociedade? A quem trabalha seriamente, diariamente, que planeia e cumpre as suas obrigações? ou àqueles que subvertem, que alteram as regras do jogo, com o jogo a meio impedindo o comum mortal de cumprir?
Dizem-nos que havia boa, óptima, excelente qualidade e nível de vida, mas que tal não será mais possível!! Mas não será mais possível porquê? Retrocederemos em conquistas feitas? Não pode ser... se chegamos aqui, a meta tem que ser irmos além disto.
Há algo latente, sente-se no ar que respiramos...

A sorte desse tal de rosto do mal... é que não somos os únicos a sentir... os líbios, tunísinos, egípcios e outros mais (curiosamente no Norte de África, aqui tão perto e na península ... arábica) despertaram antes de nós. Talvez lá fosse pior.
A sorte é que as atenções estão desviadas... para aqui perto... por enquanto...

Meus Senhores saibam ler, tirar conclusões... entendam, sintam a população.