domingo, 6 de novembro de 2011

Questão de modelos

A população portuguesa é cada vez menos rasca (embora cada vez mais à rasca), que são coisas diferentes. Com efeito, a nossa população é cada vez mais informada, formada e interessada. Também é verdade que há custa de muitos sacrifícios obrigou-se a «abrir os olhos».
Os nossos governantes por sua vez e dada a escassez de prémios nobel no nosso belo país vêm-se obrigados a encontrar noutros países os modelos a aplicar no nosso país...
Acabados ou não, de sair das universidades tentam aplicar as soluções - os modelos que lhes parecem mais adequados, em função de múltiplos e diversos, e discutíveis critérios.
Tudo se resume a uma questão de modelos. Depois quando os políticos e / ou governos têm tanta debilidade, nem sequer têm autoridade para escolher os modelos, outros vêm de fora com os modelos que a seu bel prazer escolheram e aplicam-nos cá.
Num plano teórico todos os modelos podem ser soluções óptimas para determinado problema. O problema são os contextos (espácio-temporais) específicos e muito diversificados agregados a realidades muitas vezes aversas, por inerência dessas realidades, promotoras do fracasso total e absoluto desses modelos, que imediatamente são etiquetados de lixo.
As coisas nunca são assim.
Assistimos, não há muito tempo à ideia e à aplicação do modelo de descentralização - aproximar tudo à população, para melhor a servir. A ideia é óptima e é correcta. Mas tal modelo, tal ideia foi completamente arrumado na gaveta. Agora, o que está a dar é a centralização (total e absoluta).
Ideia de controlo total, a partir de um ponto (praticável pelas facilidades das aplicações das TIC).
Melhor assim?
Tudo o que é total e absoluto, normalmente, diz a lógica, não resulta.
O modelo económico da austeridade?
Antes, perante a crise, aplicou-se o modelo do investimento público.
Crise = contenção dos privados. O estado substitui-se aos privados, aumentando o investimento público (+dívida + défice). Recuperação da economia, progressivo regresso do investimento privado, progressivo recuo do investimento público. o Estado recuperaria do défice e da dúvida, com o aumento da receita apensa à recuperação do consumo e da produção privada e reequilibraria as contas novamente.
Foi-se longe demais? O investimento público passou limiares proibidos, pondo em causa a credibilidade de economias demasiado expostas a problemas de sobre défice e sobre endividamento.
Aplica-se então o modelo oposto..
Corte cego na despesa, aumento cego da receita. Diz a lógica e a história, que medidas aplicadas assim insensatamente têm um final desastroso.
Podem-se aplicar, mas em pouco tempo... o seu impacto foi demasiadamente forte, qual bomba atómica que esterilizou tudo num raio de tempo e kms, que tarde ou nunca se recuperará...
Dependências totais e para sempre... da boa vontade...
a bomba atómica está para cair... mas ainda não foi largada... esperamos que pessoas prudentes e sensatas tenham a sabedoria suficiente para verem (capacidade alargada de visão)...
< salários + impostos e portagens = < consumo < produção > desemprego > perda de mão de obra (emigração). Colocando em risco extremamente elevado muitas regiões do país cuja recuperação poderá nunca mais ser possível.