quarta-feira, 3 de setembro de 2014

o momento atual do mundo

Viver no mundo atual não é fácil. Não se trata apenas das questões de conseguir garantir o essencial para a (sobre)vivência diária, a sustentabilidade das famílias, empregos, grupos de pertença.
A pressão é enorme, uma parte dela resultado da grave crise económica que demora em sarar. Frequentemente a incerteza de tudo paira à nossa volta. Principalmente à volta da estabilidade do emprego e dos salários. A vida vive-se em tons precários. Esta pressão dificulta para a maioria das pessoas a fixação de metas e objetivos, o estabelecimento de expectativas, pelo risco da incerteza. Definir metas que se revelem inatingíveis cria outra pressão, esta psicológica, a qual associada à questão da frustração induz a crises de depressão. Estas também têm dificuldade em se desvanecer.
Já não chega de nos preocuparmos com as nossas realidades individuais, sobressalta-nos os problemas do mundo inteiro como se fossem abater-se sobre nós com um impacto nunca antes congeminado.
O xadrez geopolítico mundial passa pela situação mais critica desde há muitos anos, desde a Guerra Fria.
Aparentemente, os EUA continuam a exibir a sua posição hegemónica. Porém, essa posição está a ser disputada, hoje mais, que nos tempos das guerras do golfo, do Afeganistão, ou do problema do 11 de Setembro.
A questão da Ucrânia, a anexação da Crimeia, os problemas do Médio Oriente, entre a Palestina (Gaza) e Israel, a crise do ébola e principalmente a ameaça que constitui o Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), ISIL na sigla em língua inglesa. Este grupo radical que professa o islamismo sunita pretende implantar um califado, primeiramente na região do Levante (Iraque, Síria, Jordânia, Israel, Palestina, Líbano e a parte Sul da Turquia). Pretende expandir o seu domínio a todas as áreas e países de maioria muçulmana e completar o projeto ocupando todo o território dos tempos áureos da civilização muçulmana da Idade Média, com a ocupação da Península Ibérica.
O atual líder, auto proclamado Califa é Ibrahim Awwad Ibrahim Ali al-Badri al-Samarrai também conhecido pelos nomes de Abu Bakr al-Baghdadi, Abu Bakr Al-Baghdadi Al-Husseini Al-Qurashi e agora também como Amir al-Mu'minin Califa Abrahim.
Provavelmente a maioria subestima a ameaça. É mais um maluco, fanático e radical islamista, votado com as suas ideias ao insucesso. Perseguiu, matou tentou extinguir os cristãos e os Yazidi do território iraquiano que controla (ou eram convertidos ou mortos). Faz verdadeiras limpezas étnicas nas áreas controladas por este grupo. E promete fazer cumprir as tradições islâmicas de forma rigorosa.
Ao mesmo tempo que fazem mossa no Iraque e na Síria irão testar Israel (que assim terá que abrir outra frente de batalha -urge pacificar Gaza e a Palestina, para virar atenções para outro foco).
Ao mesmo tempo recrutam e aliciam (a execução de jornalistas norte americanos, mais ameaças – feitas num bom inglês, num inglês de ingleses ou norte americanos).
Apesar da distância e da ameaça ao nosso próprio território devemos permanecer como se nada fosse?
Esses “ingleses” ou “norte americanos” que possamos encontrar “disfarçados” de turistas num qualquer país árabe são de facto turistas? O turismo em países como o Egito, a Turquia, a Tunísia a Terra Santa e outros sujeitam-se a um duro golpe enquanto a ameaça não for eliminada.
Temos um escudo protetor. A NATO, os nossos aliados, temos todos os países que nos separam do Iraque até Portugal (não esquecer que Marrocos, está logo ali, mas para já longe desse radicalismo fanático).
Mas podem esses nossos aliados tranquilizar-nos? Bem sabemos que não há exercito dotado, equipado técnica e tecnologicamente como o dos EUA, nosso melhor aliado. Também a maioria dos exércitos europeus têm nível equivalente e também são nossos aliados. O que temer, portanto? Alguma coisa?
Será que alguém se atreve a desafiar tal poderio que não esteja condenado ao maior dos insucessos? Quem vai para o mar prepara-se em terra, quer dizer quem vai combater uma guerra, antes tem que ver quem é o inimigo, que armas tem.
Esperamos que de facto, tirando as consequências que já são efetivas lá no território iraquiano este problema não alastre.
O certo é que outro candidato a disputar a hegemonia norte americana e aliada é novamente a Rússia do senhor Vladimir Putin. Descaradamente e desafiadoramente para o mundo invade a seu bel-prazer a vizinha Ucrânia. Anexou a Crimeia debaixo de estupefação e apatia geral.
Nada se fez de efetivo, nada se continuará a fazer de efetivo. Haverá guerras que mais vale não as travar?

A época é de perigo e de incerteza… e eras conturbadas como esta onde nos levam?

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