quinta-feira, 1 de outubro de 2015

IDEIAS PARA PENSAR ANTES DO ATO ELEITORAL DE 4 DE OUTUBRO (Residentes em Chaves - Círculo de Vila Real)

O ato eleitoral do próximo dia 4 de Outubro aproxima-se rapidamente. Uma questão começa a sobrepor-se: em quem depositar a minha confiança e o meu voto, para me governar (e ao meu país) nos próximos 4 anos? Qual o melhor projeto?
Ao analisar o projeto, devo fazer uma análise individual (ver o meu umbigo), do grupo de pertença (profissão), do impacto na região em que vivo, do país, ou tudo, no seu todo? Provavelmente devemos pensar no todo, mas como não podemos anular a nossa individualidade também é propositado fazer a análise mais egocêntrica (o meu mundo particular – desde a família à localidade).
E como chegar a uma conclusão limpa sobre estas grandes questões?
Por estes dias a «poluição» política é notável. Televisão, rádio, redes sociais e internet, nas próprias ruas por onde andamos, nos locais que frequentamos. A confrontação é evidente, quiçá saturante, na opinião de muitos. Tal bombardeamento ajuda-nos a decidir? Tanto alarido dar-nos-á a perceção e a visão de que precisamos?
Podia aqui fazer-se um parêntesis e explorar mais a forma como as mensagens são transmitidas atualmente, mas passamos à frente.
Ora então, o que é melhor para mim e para o meu país? Quem me representa melhor? Quem elejo representa-me ou ninguém me representa de facto? Ou será que me revejo em muitos projetos e muitos me representam? Muitas questões importantes e respostas às vezes nada simples de dar.
Não que isto seja de grande ajuda, mas…
No meu caso, sou residente em Chaves, círculo de Vila Real. Ultrapassando a parte egocêntrica (penso que sou mal pago pelo trabalho que faço, que pago demasiados impostos locais e nacionais, …). O que projetos políticos deveriam prometer sempre que nos visitam à «caça» do voto? Quais são as grandes questões que afetam o dia-a-dia desta região?
1 A regressão demográfica. Em muitos concelhos e freguesias a estrutura etária evidencia valores de 70, 80 ou mais por cento de população com 60 e mais anos de idade. Nestes locais já não é possível implementar medidas de incentivo à natalidade, deixou-se passar o ponto de não retorno. Não há já qualquer mulher em idade de procriar, portanto, não há ninguém em condições de receber os incentivos que pretendem dar. Qual o futuro destes locais? As aldeias já percebemos são para extinguir. O Que lhes fazer quando já não tiverem ninguém?
O problema demográfico acarreta a jusante outra gama de problemas desde económicos a sociais…
2 O envelhecimento. Muito associado ao primeiro grande problema. Restam os idosos, os que ficaram isolados, os que não puderam ou não quiseram mover-se. Precisam de dignidade, devia prometer-se-lhes isso. Dar-lhe boa acessibilidade a cuidados de saúde, a cuidados continuados ou paliativos, lares e centros de dia, … ou será um investimento sem retorno?
Precisamos de melhorar a acessibilidade à saúde numa lógica vertical.
Veio nos órgãos de informação nacional que o hospital de Chaves está hoje cotado como um dos piores do país. Quando se deram os mega-agrupamentos  na saúde o Hospital de Chaves perdeu a maioria das suas valências (resta cirurgia e ortopedia), serviços certificados antes do agrupamento. Prometer abrir uma extensão da Clipovoa ou da Trofa Saúde poderia fazer pender os pratos da balança para algum dos lados nesta contenda eleitoral (Sei que isso são grupos privados?) Mas o poder das gentes (e políticos) de qualquer local vê-se na sua capacidade de mobilizar seja o que for, mesmo a iniciativa privada a instalar-se e  a vir para estas bandas.
- Economia / emprego / atividades
O que vai ser do interior?
Apostar-se no turismo? Temos quase de tudo o que os turistas procuram. Começa a haver organização, mas ainda falta fazer muito.
É positivo, mas insuficiente.
A Agricultura. Há pessoas que apostam. Tradicionalmente somos uma região com histórico nessa atividade.
Como professor, posso afirmar que quase nenhum jovem se revê nessa atividade. Não pelo medo ou incapacidade, mas pelo futuro pessoal, pela parte lucrativa. Pouco informados?
Pelo menos as explorações agrícolas demasiado parceladas e divididas em blocos pode ser que fiquem para quem vier do exterior dedicar-se à atividade. Inviável, para já exceto nalguns poucos nichos, dada a sua estruturação.
Industrialização? Não temos, parece que isso não é para nós. Só a parte das atividades extrativas pura e simples, sem mais valias.
Também temos os emigrantes… são mais que muitos… Como os enquadrar?
Quem nos podia ajudar?
Estamos numa Europa, uma Europa pouco solidária, que pouco se importa e pouco se esforça por dar condições de igualdade (de direitos, salários, oportunidades…) a todos os europeus.
A Europa precisa lidar melhor com o seu poder, a Europa ao invés até chega a potenciar as desigualdades, com o caminho que leva.
A continuar assim, o seu caminho não será muito longo.
Tentei ajudar, dar pistas, mas provavelmente nada disto condiz com nenhum projeto de nenhum partido.
Inclusive dei-me ao trabalho de questionar os meus alunos (de 14 /15 anos) sobre o assunto. Podia ser que as suas visões nos sugerissem ideias:
Reparar estradas (que estão de facto muito degradadas pela região toda); fazer reabilitação urbana (muitos edifícios, alguns históricos degradados e a ameaçar ruína); fomentar o emprego; recuperar o ensino superior para a cidade; tornar a A 24 novamente grátis (ou dar novamente algumas passagens grátis); baixar impostos; dotar de serviços as aldeias (em vez de os cortar) como forma de fixar população em idade de procriar; criar estruturas diversas (um parque de diversões!) o qual seria um mote complementar de apoio à organização da atividade turística.

Ficam algumas ideias, espero que úteis até para confrontar os políticos que nos contactam e visitam.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O TEMA DOS REFUGIADOS

Os tempos são de mudança (os que andam atentos a cada dia que passa, não deixam de efectuar o reparo, os tempos são sempre de mudança).
Aceite-se ou não, é a realidade e há que viver com ela.
Acontece é, que neste preciso momento, nem mesmo o maior especialista em geopolítica pode arriscar uma previsão que não se revele falaciosa no momento seguinte. O xadrez geopolítico que é o mundo encontra-se a fervilhar de instabilidade. Nas nossas poltronas assistimos a lideranças sem poder, enfraquecidas.
Uma pergunta que fica é: temos fracos lideres pelo mundo inteiro que não consigam lidar com um problema que alastra séria e gravemente mundo fora?
Será dos lideres e das lideranças?
Avançando, mesmo que sem respostas!! (Parece o correr dos eventos e acontecimentos)!
A Alemanha e outros países encerram o espaço Schengen, constroem muros, edificam vedações, colocam arame farpado…
Dirão muitos: É uma resposta aos acontecimentos.
Eis que isto gera um movimento de reacção automática. É humano? Não será desumano o que se está a fazer? Ninguém os quer. É uma questão de número? Dividir para parecer bem?
Parece que todos os querem ir para a Alemanha!!
A pergunta e grande incógnita. Eu recebia… mas… e se são geadistas ou terroristas estes refugiados. Se vêm com mulher e filhos ainda «disfarçam», mas o que vêm sozinhos, esses porque não ficam e defendem a sua pátria e os seus?
Esta questão dos refugiados. Como se resolve? Tem solução? Qual? Onde se encontra a resposta que teimosamente não aparece?
Porque razão todos os dias dezenas ou centenas, quiçá milhares ou mesmo milhões de pessoas se dispõem a trocar a sua terra natal pelo desconhecido, criando rotas de refugio e refugiados mais inimagináveis. Metem pernas ao caminho e a pé, de barco, comboio ou como podem ou conseguem «fogem» dali, daqueles sítios onde vivem, atravessam cidades, desertos, mares, montanhas, países inteiros, caminhos sem fim… qual o fim? Para muitos é mesmo o fim inevitável. Inevitável?
Daqueles sítios ou lugares de onde «fogem», de onde desertam a morte espreita. Espreita de todo o lado. É da porta, da janela, das suas arruinadas casas, dos familiares, dos vizinhos, já nem se confia em ninguém. É tudo tão mau, que morrer por morrer, arrisca-se a chegar a sítios onde supostamente os governantes são humanos, de confiança, de segurança. É também uma morte quase certa, é embarcar numa jornada rumo ao desconhecido. Faz lembrar os aventureiros homens do mar descobridores que havia neste canto do mundo.
Muitos ainda tentaram defender a pátria dizem. Mas isso não é mais opção. Que pátria? Já não há. Governos oposições armadas, jeadistas, salafistas, islamistas radicais do Estado Islâmico, do Boko Haram, da Al Qaeda e de milhentos grupos armados e terroristas e fações duns ou doutros, radicais, marcenários, … tudo isto tornou uma parte do mundo inabitável. As pessoas fogem de lá.
Não sobrou nada, não há como sobreviver.
Uma solução, quiçá a melhor ou única solução para o problema. Eliminar o problema que existe nesses locais.
Pois, certo e sabido, mais cedo ou mais tarde instala-se nos nossos recantes pacíficos. E depois vamos para onde? Para Marte?
Acolher bem, tratar bem, como gostaríamos que nos tratassem a nós, mas resolver mesmo o problema da Síria, da Líbia, do Afeganistão, do Paquistão , dos países da África subsariana e outros casos mais prementes.
O Inverno aproxima-se e a crise de refugiados vai tornar-se uma supertragédia.
Voltando ao inicio! Não é porque temos lideres fracos, é porque temos lideres sem poder, o que faz deles lideres fracos.
Isso acontece porque deixam aprovar leis que lhes cortam o poder. Hoje o poder é financeiro, supraglobal, está num nível onde refugiados e assistência a refugiados e guerra e paz fazem parte dum vocabulário menor. Só quando toca em superpaíses tipo Rússia ou EUA se faz alguma coisa.

Aguardemos desenvolvimentos, no nosso pacífico país, na nossa confortável poltrona.