domingo, 15 de março de 2020

Guia situações de Quarentena em casa


Guia situações de Quarentena em casa

 Requisitos a cumprir em casos de Quarentena, em casa

Os casos leves de coronavírus, tal como de outras doenças, poderão fazer a recuperação / tratamento em casa, sempre que cumpram alguns requisitos:
- não padecer / não conviver com pessoas com fatores de risco elevado;
-  dispor de uma repartição (quarto) para o seu isolamento.
A quarentena e mesmo o tratamento domiciliário do coronavírus também poderá ser necessário, no caso de um grande surto epidemiológico, que torne o internamento hospitalar inviável, por exemplo, se a capacidade dos hospitais atingir o limite ou mesmo por recusa de internamento do paciente.
O pessoal médico que faz a assistência em situações de quarentena domiciliária deve usar equipamento de proteção individual, que deverá acomodar devidamente e depositar, posteriormente, no centro de saúde a que pertence.

CASOS QUE PoDEm RECeBeR ATENCão DOMICILIáRIA

 -Os que não apresentem factores de vulnerabilidade prévios, como: doenças crónicas (cardiovasculares, pulmonares, renais, diabetes…), alterações do sistema imunitário, idade avançada, gravidez ou idade pediátrica.
- Os que não apresentem critérios de gravidade como: sintomas respiratórios (dispneia, expectoração…), sintomas gastrointestinais como vómitos, diarreia, com desidratação ou sintomas neurológicos como confusão ou letargia.
-E deverão ser casos, tanto em investigação, como prováveis, ou confirmados, mas com sintomas leves e também casos prováveis ou confirmados de COVID-19 que depois terem alta hospitalar ainda requerem atenção e medidas de isolamento.

REQUISITOS MÍNIMOS

A habitação deve dispor de uma divisão (quarto) com boa ventilação e que possa ficar dedicada em exclusivo ao isolamento, devendo haver uma casa de banho para uso exclusivo do paciente. Também é necessário dispor de telefone, a fim de, garantir a comunicação permanente com o pessoal médico.
A habitação não pode ser habitada por outras pessoas vulneráveis; tal é fundamental para evitar contágios de risco. Além de que, no âmbito das autoridades de saúde, deve ser disponibilizada uma equipa, com capacidade para fazer o seguimento do caso, mediante visitas ou controlo por via telefónica.

CoMO DEvE SER a sala DE Isolamento

Os especialistas insistem que deve ser um quarto de uso individual, devendo situar-se a uma distância mínima de dois metros para o resto dos habitantes da casa. Deve ter uma ventilação adequada e direta para o exterior. É conveniente ter casa de banho para uso exclusivo do paciente ou, não sendo possível, limpá-la com lixívia cada vez que o paciente a use.
Tanto os produtos para o banho como para a higiene pessoal, são de uso pessoal; as toalhas deverão mudar-se regularmente, sobretudo, quando estão húmidas. No quarto deve colocar-se um caixote do lixo com tampa de abertura de pedal e sacos de plástico com fecho hermético para os resíduos.

A PROTEção DOS OuTROS HABITANTES DA CASA

Para garantir a proteção dos outros habitantes da casa, o paciente deve permanecer isolado, com a porta fechada. No caso de ter que utilizar zonas comuns, deve usar máscara e lavar as mãos ao sair do quarto de isolamento. O doente não pode receber visitas durante o período de isolamento; recomenda-se fazer um registo de entradas e saídas diário das pessoas que tenham que aceder ao quarto de isolamento.
O doente deve comunicar por telemóvel ou por intercomunicador (como o que se utiliza com os bebés) com o resto dos familiares. Todos os habitantes da casa devem lavar as mãos com água e sabão ou solução hidroalcoólica despois de qualquer contacto com o doente. Se o caso é de uma mãe a amamentar, deve usar máscara quando esteja perto do bebé e fazer uma cuidadosa higiene de mãos antes do contacto com a criança.
Devem-se informar os membros da família e amigos próximos de que, se o doente se converteu num caso confirmado, que podem ser considerados contactos e vir a ser investigados. Todos devem realizar autovigilância sobre a possível aparição de sintomas de infeção respiratória aguda como febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, e contactar a linha SNS 808242424.

o CUIDADOR, MEDIDAS ESPECÍFICAS

Recomenda-se que seja uma única pessoa a tratar o doente em casa, em situação de isolamento,  alguém que não tenha factores de risco, que venham a complicar a situação num possível contágio. Tanto o doente como o cuidador devem usar máscara e, no caso do último, luvas descartáveis. O cuidador deverá lavar as mãos com frequência, principalmente, depois de qualquer contacto com o doente.

QUe fazer COm OS RESIDUOS?

É necessário lavar a roupa pessoal, da cama, as toalhas, a roupa do doente, com o detergente habitual a 60-90 graus centígrados e deixar que seque completamente.
Esta roupa deverá ficar num saco com fecho hermético até ao momento de ser lavada; deve-se evitar sacudi-la antes.
O saco do lixo (hermeticamente fechado) poderá deitar-se ao lixo com o resto dos lixos domésticos sempre que estejam introduzidos noutro saco fechado hermeticamente.
Os talheres, copos, pratos e demais utensílios reutilizáveis devem lavar-se com água quente e sabão ou, de preferência, na máquina de lavar loiça. Após o contacto com os resíduos deverá sempre realizar higiene das mãos.
As superfícies que se tocam com frequência (mesas de cabeceira, camas, somiers móveis do quarto ou da casa de banho), devem limpar-se com material descartável e desinfectá-los diariamente com produto à base de lixívia (ex. 1 parte de lixívia e 99 partes de água) preparado no mesmo dia em que se vai utilizar.
A pessoa encarregada da limpeza deverá proteger-se com máscara e luvas.
O isolamento está entre uma série de medidas que servem para pessoas que não apresentam sintomas ou estes são leves e com o seu isolamento domiciliário podem descongestionar os centros hospitalares ante uma epidemia como a do coronavírus. 

Baseado no artigo “Guía para atender los casos leves de coronavirus en casa”, La Voz de Galicia