segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Planos Mudados

Sabemos como o plano e o planeamento estão na moda. Uma arte e uma ciência fazer um plano que resulte, que funcione, que tenha aplicação.
Quando isso não acontece o plano é substituido por outro melhor, e então esse que nem chega a ver a luz do dia é arquivado numa gaveta ou endereçado ao ecoponto azul. Mas há ainda os planos que são optimos, até excelentes e que nunca chegam a vias de facto; nesses casos entram em acção os poderosos lobbys e com a sua influência e poder o plano é alterado em benefício próprio.
Deveria ser realizado um estudo, de modo a dar um pouco de ar a esses planos mudados ou arquivados e tentar quantificar ou modelizar territórios, cidades, vilas ou aldeias, que ganharam ou o que perderam por via de seguir planos alternativos.
Conta-se a história da construção da linha férrea, a então linha do Corgo (extinta em 1991) que deveria seguir um trajecto, servindo as localidades com mais população, embora tivesse que serpentear rios e montanhas; porém, determinado oficial do exército real (ainda estavamos na monarquia) e que era natural dessa reagião e como constatasse que a linha não atravessava a sua localidade moveu mundos e fundos, usou a sua influência e poder e conseguiu alterar o traçado. Enfim, esse plano mudado foi a sentença de condenação de um conjunto de localidades, mais isoladas, hoje em dia em dificuldades para sobreviver, a contas com reduzida dinâmica, elevado envelhecimento, emigração,...
Enfim, os tempos mudam, a realidade sempre a mesma, agora era das auto - estradas; desta vez os lobbys são as empresas de extração de granito...
Haverá sempre forças... de bloqueio? pelo menos mudam-se os planos... a "natureza" encontra sempre caminho!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

a origem dos nomes

Barbadães (há de Baixo e de Cima)!! Nome aparentemente estranho! Donde provirá?
Aldeia situada no distrito de Vila Real, concelho de Vila Pouca de Aguiar, freguesia de Vreia de Bornes, nesta era terá entre 200 a 500 habitantes, registando um claro declinio demográfico após o apogeu tido pela maior parte das freguesias da região no final dos anos 50 - 60.
Localizada numa encosta da serra da Padrela vê para ocidente o vale Verin - Penacova. VAle que nesta área abriga várias nascentes termais (Pedras Salgadas, Vidago, Cardal, Chaves, Carvalhelhos, Cabreiroá, ...).
Voltando à origem dos nomes. Trata-se de uma mera hipótese. São PAulo nasceu faz este ano 2000 anos; as suas tarefas missionárias e dos seus disciplos estenderam-se a toda a Europa. Certamente chegaram aos lugares onde hoje se situa Vreia de Bornes, Barbadães e outras localidades.
Sendo que Vreia de Bornes derivará de Bereia, uma das célebres cidades gregas visitadas por São Paulo, e da qual algum habitante, algum discipulo ou quem sabe o próprio São Paulo, pretendeu homenejar atribuindo tal designação a alguns locais onde passou (no caso Vreia de Bornes). E o caso remete-nos para esta origem grega, dado o nome de Barbadães. Possivelmente, alguém desse grupo missionário foi acometido por alguma doença, por algum problema de saúde, tendo encontrado uma planta usada na antiga Grécia com fins medicinais a Aloe Barbadensis, a mais que certa origem do termo Barbadães.
" Na Grécia antiga, suas aplicações curavam desde a dor de estômago até a queda de cabelo, passando pelas alergias, dores de cabeça, manchas na pele, queimaduras e ferimentos em geral. Considerada pela comunidade cientifica como antibiótico, adstringente, coagulante, inibidora da dor e estimulante da regeneração dos tecidos e da proliferação das células, essa planta milenar vem conseguindo o respeito de todo o planeta".
Talvez uma eventual resistência da mensagem de Deus tenha produzido alguma espécie de ferimentos e levado aquele grupo a permanecer algum tempo ou a radicar-se por estas paragens, e homenagens ao remédio salvador e à pátria distante estejam na origem dos nomes Vreia e Barbadães.
Certo é que ainda hoje permanecem as 7 sentenças supostamente relacionadas com as 7 famílias? ou grupos fundadores: Apolinários, Mesquitas, Mendes, Borges, Perdigões, Canavarros, Alves (as quais sentenciam a distribuição das águas de rega do povo).
Neste caso alguma relação com a real fundação por missionários gregos ou serão familias já posteriores a essa fundação? Será uma dúvida para permanecer.

sábado, 11 de outubro de 2008

a crise como um ataque à classe média

A crise ainda outra vez!!
Outra perspectiva: Será esta crise o resultado de um ataque à classe média que ameaçava alguma "tranquilidade" de algumas elites por via de terem atingido um nível de conforto e de qualidade de vida já muito bons, e que supostamente apenas deveriam estar ao alcance de uns poucos?
Não deve ser isso, seria mau demais para ser verdade.
Mas toda esta crise começa com um severo ataque à classe média, pelo menos nestas paragens do velho mundo, com uma subida galopante das taxas de juro. Justificou-se com a necessidade de controlar a inflação, terá sido? Pelo menos com bons resultados não foi (?).
Esta linha de pensamentos pessoais já foi exposta, porém, a subida dos juros teve como condão amarrar uma corda à volta do pescoço de muitas famílias, que tinham a sua contabilidade controlada e de um momento para o outro, a expensas da Euribor, do Sr. Trichet ou outros, deixaram de ter, começou pelo crédito ao consumo, continuou no corte de outros bens, tipo vestuário, redução na alimentação, ... a última coisa é sempre o tecto.
Mas o corte no consumo teria efeitos demasiado previsiveis (menos produção, mais desemprego) num efeito bola de neve.
Terá sido ingenuidade? Serei demasiado lírico nesta visão?
O modelo criado pela economia de mercado foi paulatinamente assentando na classe média e na sua capacidade de controlar as suas finanças (e os seus créditos).
Aumentaram-se as taxas de juros retirou-se liquidez às familias. E o modelo económico actual assenta neste pressuposto: liquidez das familias (especialmente da classe média). Os bancos têm dinheiro porque as familias (a classe média tem dinheiro), os bancos e as seguradoras prestam serviços e créditos porque as familias têm dinheiro (a classe média tem dinheiro), ... e assim sucessivamente. Aumentando as taxas de juros parou esta correia de transmissão.
Agora o BCE corta as taxas de juro em 0,5 % !! Medida desesperada e impensável há uns meses
(a subida das taxas de juro manteriam a tendencia até 2009 e só começariam a descer lá pa 2012, segundo previsões de uma economista que consultei à uns tempos atrás).
Ainda vem a tempo? A Euribor para já tarda em reagir.
Foi um paliativo para um doente que vem um pouco tarde, mas os efeitos poderão ser beneficos para retomar a confiança num novo auto controlo das finanças familiares. Essa é a chave: dar o controlo às familias das suas finanças particulares.
(Aqui realce para o erro que foi a subida inesperada galopante dos juros - nem as agencias bancarias estavam preparadas, a informação prestada não foi correcta (ou adequada), e os objectivos traçados foram incomportaveis, para a realidade que desabou, depois o credito facil, assim como a publicidade agressiva ao credito facil e total, arruinariam certamente agencias financeiras - bancos, investidores ... num ápice).
E agora, surge um advento em que a base do sistema financeiro deixa de depender da classe média (das familias).
Não me parece que haja condições, pelo menos neste momento.

sábado, 4 de outubro de 2008

europa, um peso pesado sem força, sem poder

De facto é dificil explicar a razão do continente europeu, no presente, não conseguir afirmar-se de um certo ponto de vista, como grande potência (nomeadamente no xadrez geopolitico mundial).
Os seus intermediários, os seus diplomatas, os seus interlocutores, quando chamados a palcos sensíveis, a áreas de conflito, frequentemente, os seus esforços são infrutíferos, são imediatamente atirados ao chão e pisados pelas partes em confronto.
Vejamos, nalgumas das mais recentes iniciativas, em que a UE investiu seriamente no sentido de lograr resultados: guerra da ex - jugoslávia; médio oriente; Líbano; agora no cáucaso. Citei apenas algumas; se nalgum destes conflitos, alguns resultados se tornaram visiveis, foi devido ao recurso à força e à presença dos EUA.
Será que todos os conflitos no presente têm que ser resolvidos através do uso da força e a europa nesse campo não tem peso suficiente para chamar à razão as partes em confronto?
Não creio que essa seja a resposta, nem a solução. A via diplomática tem que continuar a ser eficaz.
O recurso à máquina de guerra, continua a ser o recurso a uma poderosa máquina artificial económica: industrial, energética, ... uma verdadeira slot machine, principalmente desenvolvida nos EUA. Obviamente interessam conflitos, obviamente interessa participar e resolver conflitos por esta via mais selvagem.
Então porque o velho mundo, e os seus principios mais éticos (!!!???) não têm poder para se impor se manifestamente são melhores, menos agressivos (do ponto de vista humano, social, ambiental).
Primeiro têm pouca projecção económica. Segundo, reflectem uma UE, do ponto de vista político votada à desqualificação.
Este ponto de vista foi ontem desenvolvido por Medina Carreira, antigo ministro das finanças em entrevista à antena 1 (uma excelente entrevista diga-se). Desenvolveu a tese que a UE tornou-se a fiel depositária de gente indesejada nos seus próprios países (políticos incompetentes, incomodos, indesejados, ... que são enviados para Bruxelas, Estrasburgo, ...).Daí que como institução a UE apresenta um corpo replecto de deformações!! quem vai levar alguém assim minimamente a sério?? A UE está mesmo votada ao descrédito, à desqualificação, à incompetência. Trata-se de uma instituição de quadros indesejados, desqualificados para os seus respectivos países.
É um ponto de vista!! Aceitável??