segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

... e um próspero ano novo

Este post marca o arranque do novo ano. Pois bem, Feliz ano 2009 para todos:)
Costuma-se dizer "... e um próspero ano novo".
Porém, a crise, a recessão estão a ser bem apregoadas! Prospero ano novo? Que boa maneira de começar o ano. Até parece que pretendo desmentir a crise, a recessão, ..., nada disso. O discurso é que por estas horas, aliás, há já bastantes dias devia ser outro.
A base do discurso para 2009 deve assentar na palavra confiança.
Como sempre dissemos, o modelo de economia actual, sustenta-se no triângulo produção - consumo - taxas de juro reduzidas. Neste momento ainda não está reposto o equilíbrio, que irresponsavelmente foi quebrado; por um lado, os consumidores estão extremamente desconfiados que as entidades decisoras, por vislumbres de ganância, por hipotéticos golpes de superação das concorrências, ou por outra qualquer razão escondida por detrás de qualquer capa, tecida de seriedade (inflação, deflação, ...), possa, num repente voltar a atacar uma subida das taxas de juro, e esses consumidores não querem ficar de novo reféns e num ápice ver o seu nível de vida posto em causa. Para este segmento do modelo económico, as entidades de decisão deveriam assegurar que as taxas de juro vão estar baixas ou vão subir... dar indicação, criar estabilidade, porque, caso contrário, o receio impõe travão no consumo.
Bem sabemos que tal indicação é difícil de ser dada, a economia é volátil!! Mas acreditem, hoje essa indicação seria essencial.
Porque se os níveis de consumo estão em baixo, a produção ressente-se e sabemos bem qual a consequência dessa situação: o efeito mais indesejável, o grande promotor da crise 2009, a subida do desemprego. As famílias que deixam de ter recursos sequer para satisfazer as suas necessidades mais básicas (alimentação, vestuário, habitação, ...)!
Portugal afunda-se nos rankings mundiais do desenvolvimento humano, ... Mas pior mesmo é as pessoas passarem mal.
E discute-se investimento público, sim ou não? TGV, aeroporto, ...?
Em épocas de crise o estado desempenha um papel importante e o investimento público poderá fazer de rede de salvação; cria alternativas, apoia o emprego, ... também deixa divídas para as gerações vindouras, porém tal até se pode justificar dada a conjuntura (há a tese que o investimento é sempre positivo, pois contribui para gerar riqueza).
No entanto, este investimento volta a pecar pelos mesmos erros de sempre, contribui para acentuar os desequilibrios territoriais, agrava as diferenças litoral - interior; reforça a centralidade de Lisboa.
2009 continua, espelha 2008, mais centralismo, a descentralização não cabe no dicionário dos nossos governantes! Deveremos ir todos para Lisboa?

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