terça-feira, 1 de abril de 2008

Opinião pública, Opinião do Povo ou Opinião dos Portugueses de 1ª?

Costuma dizer-se que o povo é soberano.
Isto supõe dizer que quando o povo é chamado a decidir aplica uma espécie de um justu sensu, democraticamente aceite por todos. E aqui o aceitar implica a multiplicidade de opiniões, até a divergência.
No entanto, trata-se de um território muito sensível, o território do poder. Há que tentar a sua preservação pelo máximo de tempo possível ou tentar a sua conquista.
Estas duas tarefas implicam uma interacção com o povo / opinião pública, e, quem pretende "aconchegar-se" com os tecidos do poder precisa destacar os seus "pontas de lança", de preferencia grandes estrelas, grandes referências para demover, conquistar, fintar, até enganar a opinião do povo.
O poder torna-se numa obsessão.
Esta obsessão torna questionável a sanidade da opinião pública!!! A afirmação parece um tanto exagerada, mas qual a qualificação de pessoas como Marcelo Rebelo de Sousa, Miguel Sousa Tavares ou António Vitorino para quase constantemente "envenenarem" a opinião pública, confundindo mais o povo, do que contribuindo para o seu efectivo esclarecimento.
São apenas figuras da nossa sociedade a quem certamente é pago um elevado salário para jogarem um ping pong com uma sociedade pouco esclarecida, com uma mentalidade um tanto distorcida (muitas vezes por formação, ou falta dela, muitas vezes por necessidade) mas que adora o espectaculo - sejam novelas, sejam os gladiadores ou os escravos lançados aos leões nas arenas romanas (aliás o próprio povo, que não se reconhece enquanto estas personagens).
A opinião é maleável, pode mudar a qualquer instante, por isso não é possível fazer intervalos, os ataques têm que ser constantes e cerrados, também incisívos, mas com os timings perfeitos.
Tudo pode ser aproveitado, tudo é pretexto.
Uma professora que é enxovalhada, com ou sem culpa, um dirigente político que perdeu ou não conseguiu contratos com um banco estrangeiro, o apito dourado ... tudo são pedras de arremesso... vamos ver onde faz mais sangue...
Isto passa o limite da informação, deixa de ser formação, apela à falta de civismo, à perpetuação de uma mentalidade.... que era importante mudar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Plagito, como tu tens razão!...
Esses senhores têm o cantinho deles, só deles. Nada de partilha! Opinion makers?! Estamos tramados se não ensinarmos o povo a pensar por si, sem o "auxílio" dos makers da opinião. Quanto ao Miguel, mestre, sim, mas em arrogância, não em fazer opinião... credível. Civismo, é coisa que também não vislumbro nesse senhor. Fora credível em tempos, quando dirigia a idónea "Grande Reportagem". Agora... E logo filho de tão boa gente, como ele é!
Abraço!